sexta-feira, 30 de junho de 2017

Soneto de Eurydice (Sophia de Mello)

Eurydice perdida que no cheiro
E nas vozes do mar procura Orpheu:
Ausência que povoa terra e céu
E cobre de silêncio o mundo inteiro.
Assim bebi manhãs de nevoeiro
E deixei de estar viva e de ser eu
Em procura de um rosto que era o meu
O meu rosto secreto e verdadeiro.
Porém nem nas marés, nem na miragem
Eu te encontrei. Erguia-se somente
O rosto liso e puro da paisagem.
E devagar tornei-me transparente
Como morte nascida à tua imagem
E no mundo perdida esterilmente.
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quinta-feira, 8 de junho de 2017

Filha de siri...

Nani-siri com uns 3 aninhos. Tínhamos acabado de chegar a Paraty e ela doida pra ir à praia. O dia estava chuvoso e ficamos na preguiça conversando na praça da Matriz, esperando o sol dar as caras. E a Nani, "vamo pa paia, paia, paia, paia...". A gente, "calma, filha, já já vamos..." Passa o tempo e ela não desiste, "paia, paia, paia"... Até que, sem mais, encara uma poça no meio da rua e... tchibum!!!