- Eba, mamãe! Tem cachoeira no fim dessa rua?!? (suor pingando pela testa)
- Já teve cachoeira em São Paulo?
- Já sim. Mas acabaram com todas...
- Nossa! Como conseguiram acabar com uma cachoeira?!?
Fico feliz-triste, admirando... O olhar criança se volta ao mundo em sua atual configuração - pra gente tão banal, imutável, vazio de possibilidades outras - e se alumbra com suas brechas de poesia, se espanta com o canhão que não solta flores (como o Tistu de O menino do dedo verde) e delira com olhos, mãos, nariz, boca, ouvidos, inteiro, no brincar sério de criaginar um mundo novo.
2 comentários:
Que lindo, Tam! O olhar das crianças sobre uma realidade tão árida pode ser de uma doçura melancólica, não?
beijocas,
Sô
Eu me lembrei muito da melancolia do Benjamin nesse dia, Sô... beijocas
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