Lateja
aqui dentro
uma ausência: será
amor?
ou ânsia de ter
o mundo brotando
num pulso?
batem as folhas
da veneziana
vento de tempestade
gestado
no útero da calmaria
a boca voraz
deste verão antecipado
engole a primavera
queima a pele dos devaneios
pescados à sesta
exilado na estante de livros
o ciclame no vaso
derrama
suas pétalas em lágrimas
salvo do incêndio
à sombra se sonha
o que resta de cor
e delicadeza
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